NUNCA É TARDE PARA SONHAR

            O Companheiro James Lacy, Presidente do RI deste ano rotário nos apela para tornarmos real nosso sonho de Rotary.
            Porém, algumas vezes no Rotary, como na nossa própria vida, não há tempo para sonhos quando a realidade exige ações rápidas e eficazes. Isso porque alguns sonham acordados. Outros vivem dormindo, no sentido figurado e literal, para terem mais tempo para sonhar. Trata-se de ter um sonho pelo próprio sonho. A dura realidade é que o sonho nunca vira realidade... ou seja, o sonho é a própria realidade. Quando isso acontece, o sonho pode acabar virando pesadelo.
            Essa situação paradoxal pode atingir clubes nas mais diferentes situações: clubes ativos e dormentes, despertos e hibernando, clubes vibrantes e amorfos, clubes grandes e pequenos, de grandes metrópoles ou pequenos vilarejos.
            Por exemplo, determinado clube pode decidir aumentar sua ação em trabalhos junto à comunidade. Não precisa sonhar para isso. Determinadas comunidades estão tão carentes que exigem o envolvimento do Rotary e dispensam qualquer tipo de sonho em favor de uma mínima, que seja, participação na sua dura realidade. Outro clube decide aumentar sua contribuição à Fundação Rotária e participação nos seus programas que revertem à própria comunidade, porque vê nela uma das faces mais visíveis do Rotary e do próprio clube. Talvez um clube que ninguém conhece na própria comunidade, e muitos rotarianos pensam que é por falta de "marketing", quando na realidade é porque não estão fazendo absolutamente nada. E, ainda, lamentam a dificuldade para convencer cidadãos a aceitar o convite para ingressar no clube.
            Outro clube, ainda, tem que decidir, "dar a volta por cima". Pode ser nas mais diversas situações, desde quebrar sólidas e aparentemente indestrutíveis barreiras para admissão de mulheres no seu quadro social, como voltar a ter um quadro social, em número e qualidade, que Rotary exige e merece.
            Companheiros...Não se trata de delírios: são realidades "reais" e não realidades sonhadas, imaginadas ou idealizadas.
            Determinadas situações exigem mais que sonhos. Exigem fé, exigem dedicação, exigem entusiasmo. Exigem planejamento, ou um mínimo de ações pensadas, programadas e não sonhadas. "Nada de novo na face da terra", parodiando Salomão, figura bíblica. Isso não é novidade, pois a história rotária registra inúmeros clubes que "deram a volta por cima" em muitas e muitas oportunidades.
            Isso posto, por que não consultar companheiros de outros clubes? Por que não trocar idéias com companheiros de outros clubes? Por que não solicitar apoio de outros clubes e cobrar o socorro do clube padrinho? Por que não preparar um plano de ação, um plano de ataque ao problema? Uma pessoa tem capacidade de gerar uma mudança, duas ou três tem o potencial para produzir uma transformação, quatro ou cinco, se quiserem, fazem uma revolução.
            Uma simples mudança ou uma revolução rotária nascem de corações abertos, mentes decididas e uma equipe coesa. Realidade agora... para que possamos sonhar depois. Realidade hoje... para que possamos sonhar amanhã. Realidade no clube... para que possamos sonhar pela nossa comunidade.
            Realidade no clube para que possamos sonhar alto e grande como nos pede o Presidente Lacy nestas inspiradas palavras: " ... outros elos comuns entre rotarianos são seus sonhos. Sonhamos com um mundo onde todas as crianças sejam amadas, sadias, bem nutridas, educadas e protegidas. Sonhamos com um mundo onde os idosos possam viver com dignidade, respeito e apoio que merecem. Sonhamos com um mundo onde famintos sejam alimentados, atormentados encontrem um ouvido amigo, e enfermos sejam assistidos e curados. Sonhamos com um mundo onde educação e oportunidades de emprego digno estejam ao alcance de todos. Sonhamos com um mundo sem guerra e violência. Esse é o nosso sonho de Rotary."

 

 (Maio de 1999)

Voltar