A saga do Ernesto 


Do Adriático para o Mediterrâneo, 
Navegando e lutando, dúvida e incerteza. 
O Atlântico foi vencido, ficou para trás. 
Agora, com muito esforço, procurando da nova terra a beleza. 

II 
Abandono da terra querida, novo idioma. 
Parentes, amigos, companheiros, tudo ficou no passado. 
Poucas amizades, recursos escassos, muito trabalho, 
Algum arrependimento, mas nunca derrotado. 

III 
Sozinho era imbatível mas tornou-se mais forte. 
Uma companheira de ouro acalentou os sonhos seus. 
Nada dizia, mas seu olhar falava alto: 
A esposa era como um dos dedos de Deus. 

IV 
Aqui chegando estabeleceu-se, criou família. 
Fumo, café, algodão, nada o intimidou. 
Onze filhos, uma "fornada" de novos brasileiros. 
Bolsa estourando, terremoto comercial, mas sempre confiou. 


No comércio fez nome respeitável, altaneiro. 
Massas, bebidas, sal, açúcar, farelo. 
Honrado, fez fiado e também fiou, pioneiro. 
Ponto de referência ímpar, armazém do Barrichello. 

VI 
Alguns estudaram, outros se mudaram. 
Há aqueles que por aqui tentaram se resolver. 
Professores, alfaiates, comerciantes, chefes de família. 
Todos conseguiram, a seu modo, viver e conviver. 

VII 
Alguns já partiram, muitos chegaram. 
A família cresceu, doutores de médico a advogado. 
Vida atribulada, grandes distâncias, interesses vários; 
Naturalmente o contato foi ficando espaçado. 

VIII 
O tempo passou, levou consigo a graça de outrora. 
Ficou uma lembrança feliz, indelével, gratificante. 
Reuniões raras mas gostosas, ninguém fica de fora. 
O futuro é amplo, com Deus a "barrichellandia" vai adiante. 

IX 
Campanaro...

III Encontro dos Netos
do Vô Ernesto e Vó Nina
Rio das Pedras, 12 de outubro de 2002

Voltar