Se essa rua fosse nossa...
                                                                                                                       
I
Ninguém a chama pelo nome.
Todos falam dela até com carinho.
Ela continua firme como nasceu.
Sempre foi assim, um desalinho.

II
Vai até a biquinha, mas começa na estação.
Seus extremos não se tocam nem se veem.
Surgiu seguindo passos firmes, mas sem direção
Não foi inaugurada e nunca teve festa de ninguém.

III
Famosa pelo seu esquisito desenho,
Nunca foi alvo de um estudo de alteração.
Mais esquisito seria vê-la reta.
Prova que todos os caminhos levam ao coração.

IV
Está viúva há muito tempo.
Perdeu seu vizinho, querido companheiro.
Ficou sozinha, mais triste e silenciosa.
Sumiu o trem de carga, não há mais o de passageiros.

V
Está separada de tudo e de todos parece distante.
Tudo está aquém de seu feitio, de sua realidade.
Não tem vida comercial, é só residência.
Mas tudo indica que é o embrião da cidade.

VI
O trânsito é pequeno, tudo é apertado.
Suas calçadas também disformes e estreitas.
Milhares de riopedrenses por ali transitaram.
Será que existe rua mais perfeita ?

VII
Numa cidade de muitas ruas,
Onde os nomes delas não importam,
Muitos não sabem o nome da sua própria,
Mas conhecem e estimam a Rua Torta.

VIII
É a única rua da nossa cidade
Que possui três nomes, mas ninguém se engana.
Você escolhe e usa o de que mais gosta:
Rua Torta, Rua de Baixo ou Rua Rangel Pestana.


 

10 de julho de 2009
115º aniversário da emancipação
política de Rio das Pedras

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