DEPOIMENTO ESCRITO EM 23 DE OUTUBRO DE 1983, POR LUIZ A. BARRICHELLO, SOBRE A FUNDAÇÃO DA USINA BOM JESUS QUE TRAZ REGISTRADA PARTE DA HISTÓRIA DA FAMÍLIA BARRICHELLO EM RIO DAS PEDRAS.


Antes de transcrever aqui a ata da reunião havida na Prefeitura Municipal de Rio das Pedras, em 27 de setembro de 1947, e o inteiro teor da petição, em duas laudas, encaminhada ao Instituto do Açúcar e do Álcool em 23 de abril de 1951, visando, em ambas as ocasiões, levar a bom termo a iniciativa de instalar em Rio das Pedras, uma usina de açúcar, gostaria de fazer um pequeno histórico de como tal idéia foi-se gerando e permanecia em caloroso clima de esperança no meu sub-consciente.

A idéia da fundação da "sonhada" usina de açúcar em Rio das Pedras, remonta há mais de meio século. Lá pelos idos de 1928, papai Jerônimo Ernesto possuía um sítio com 86 alqueires no Bairro Bom Jardim, sítio esse em sociedade com os irmãos Melchiades e Benedito Sanjuan. Existiam, nessa área, plantações de café, eucalipto e de cana-de-açúcar, uma vez que o antigo proprietário --- Tiago Mazagão --- mesmo antes desse ano, possuía pequeno engenho de açúcar tipo "mascavo", cuja moenda era movida à roda d'água. Assim, como nessas terras já existia lavoura de cana, papai, o mano José e os irmãos Sanjuan decidiram montar uma pequena fábrica de aguardente, que passou a funcionar em 1929.

Casando-se o mano José em 1932, foi morar em São Paulo, onde se estabeleceu com comércio de aves e ovos, e, num depósito anexo à casa onde residia, instalou um modesto engarrafamento de aguardente, produto de boa qualidade que lhe era fornecido pelo engenho de Barrichello & SanJuan, na ocasião já denominado "Engenho Santa Teresa".

O armazém de secos e molhados de papai ficava na rua Prudente de Moraes, 46, e aí, na "casa da Venda", nasceram dez dos seus onze filhos, pois apenas o José nascera na Fazenda do "Vicente" ( Capitão Vicente do Amaral Mello). A "venda" de papai era a mais afreguezada da cidade e o açúcar consumido vinha de Pernambuco e das usinas de Piracicaba --- Engenho Central ( Sucrerie), Usina Monte Alegre ( Morganti) e Usina Boa Vista (Ometto). Eclodindo, em julho de 1932, a Revolução Constitucionalista, começou a faltar açúcar no Estado. Em Piracicaba, começaram então a ser instalados nos engenhos de pinga, os primeiros tachos para a fabricação de açúcar "batido", tachos grandes que eram fabricados pela oficina Dedini, em seus primórdios. Como era livre de burocracia a fabricação deste tipo de açúcar ( rapadura moída), já na segunda quinzena de agosto de 1932, o engenho Santa Teresa começou, como primeiro no município, a produzir e vender açúcar batido. E como havia falta do produto, o preço apurado era compensador, ao contrário da pinga que empatava. Com os lucros do açúcar,em dois anos, ou seja, no fim de 1934, conseguimos pagar a hipoteca que gravava as terras da Fazenda Santa Tereza. A esse tempo já existiam mais de 30 "banguezeiros" ( fábricas só de açúcar batido) em Rio das Pedras, além de outros 30 que instalaram tachos e "evaporadeiras" em seus engenhos de aguardente. Pelos idos de 30 a Casa Barrichello já era grande atacadista de açúcar batido, revendendo-o não apenas em Piracicaba e Santa Bárbara D'Oeste, mas também despachando-o pelas ferrovias Sorocabana e Paulista, via estação de Taquaral. Em 1942, rompendo o Brasil relações diplomáticas com as potências do eixo Roma-Tóquio-Berlin, em virtude da entrada na 2ª Guerra Mundial, nova escassez de açúcar começou a verificar-se no comércio. Mas, os consumidores davam preferência pelo produto de melhor qualidade e por isso passamos a comprar maior volume do tipo cristal, para moê-lo, numa proporção de 20% a 30%, junto com o batido, que passava, depois a denominar-se "açúcar manipulado". Nessa ocasião retiramos açúcar também da Usina Bom Retiro, da família Forti e Usina Santa Cruz, da família Annichino. Lembro-me que indo às usinas com nosso caminhão retirar os pedidos, o que mais me encantava eram os guinchos que descarregavam as cargas de cana, as grandes moendas e principalmente os enormes armazéns com sacos de açúcar empilhados até o teto. E cada vez mais se acentuava em meu espírito o desejo de colaborar no sentido de que, Rio das Pedras também tivesse, um dia, a sua usina de açúcar.

Com o término da 2ª Guerra Mundial em 1945, acentuou-se a falta de açúcar no mercado interno e o IAA aprovou uma resolução em 1946, autorizando o reajustamento das quotas das usinas em funcionamento, reservando uma parte do aumento previsto ( 5 milhões de sacos) para a instalação de novas usinas. Em setembro desse ano havia sido promulgada a Nova Constituição do Brasil, pondo fim ao longo período da ditadura Vargas e um sopro de otimismo começou a tomar conta da Nação. Em 28 de setembro de 1947, houve uma reunião na Prefeitura de Rio das Pedras, por mim convocada, a que compareceram vários fabricantes de açúcar batido e plantadores de cana, destacando-se entre eles os irmãos Romano e Luiz Coury, Basílio João, Paschoal Limongi e Luiz Barnabé. Depois de novas reuniões e preparação de documentos, em 21 de outubro de 1947, foi entregue no Rio de Janeiro um memorial-requerimento assinado por 66 "banguezeiros" pleiteando autorização para montagem da primeira usina riopedrense. Muitas viagens foram feitas depois, a São Paulo e Rio de Janeiro, levando novos documentos, orçamento das máquinas e serem instaladas, etc.

Mas, em 4 de março de 1948, veio a grande frustração: o IAA acabou negando a autorização pretendida porque "... o maquinário encomendado à firma M.Dedini & Cia., de Piracicaba, conforme proposta  37/47 da mesma firma, de 05-11-47, não se acha instalado nem na Fazenda Santa Tereza e nem na Fazenda Nova Java, onde era pensamento da firma montar o referido maquinário". Pensou-se, na ocasião, até em mandato de segurança e outras medidas judiciais, tudo em vão, entretanto, porque as probabilidades de êxito eram remotas em face dos resquícios da legislação discricionária, parte ainda em vigor.

Passada a fase de desânimo, três anos depois, ou seja, em princípio de 1951, novas esperanças surgiram quando outra resolução do IAA fixou o direito, agora líquido e certo, a favor de quem tivesse ou reunisse quotas de açúcar batido de, no mínimo, 3.000 ( três mil) sacos, pleitear e instalar uma usina de açúcar. Sem perda de tempo pus-me a campo, conseguindo adquirir oito quotas, ficando somadas aos 50 sacos da própria quota, com 3.250 sacos, portanto acima do mínimo exigido. Em 24-04-51 papai assinou a petição, em duas laudas, requerendo, de novo, a autorização para a montagem da usina. Fui ao Rio de Janeiro e dei entrada no documento no IAA e de lá regressei com a informação de que, desta vez, seríamos atendidos. Prosseguindo, fui a Fazenda Nova Java, onde residia o Luizinho Coury, para dar-lhe a boa notícia. Várias viagens foram feitas ao Rio, sempre com o decisivo apoio da família Coury e posteriormente da família Furlan. Não posso deixar de destacar a colaboração de Dácio de Souza Campos, muito influente junto aquele Instituto, em virtude de pertencer a Cooperativa dos Plantadores de Cana de Piracicaba. Enquanto o processo caminhava foram adquiridas mais 7 quotas, perfazendo agora 6.050 sacos.

No início de setembro o processo foi dado como instruído e pronto para ser encaminhado à decisão da Comissão executiva do IAA, com parecer favorável para ser atribuído um acréscimo de 50% na quota da usina, que passaria para 9.075 sacos. Em vista disso apressamo-nos na organização e fundação da USINA BOM JESUS S.A. AÇÚCAR E ÁLCOOL.

Em 12 de outubro de 1951 realizou-se na Sociedade Cultural Riopedrense, a assembléia geral de fundação da usina com a participação de 107 subscritores do capital de Cr$ 12.000.000,00 conforme Diário Oficial do Estado de 29-12-51. Estava assim fundada a Usina Bom Jesus, que, montada em tempo recorde, já no ano seguinte, realizou sua primeira produção que atingiu 36.909 sacos de açúcar cristal, da melhor qualidade.

A usina foi inicialmente registrada em nome de papai ( Processo 17.327/51) e transferida depois para o nome da Usina Bom Jesus S.A. Açúcar e Álcool ( Processo 9.581/52) conforme carta nº 2471 do Instituto do Açúcar e do Álcool, datada de 23-09-52.

Transcrevemos, a seguir, a ata da reunião havida na Prefeitura Municipal de Rio das Pedras, em 28-09-1947, bem como o memorial de papai ao IAA datado de 24-04-51 e ainda a carta datada de 23-09-52 do mesmo Instituto.


Ata da primeira reunião dos plantadores de cana e produtores de açúcar batido, do município de Rio das Pedras para estudo da fundação de uma usina de açúcar, em forma de cooperativa.

Aos vinte e oito dias do mês de setembro do ano de mil novecentos e quarenta e sete, na sala de sessões da Prefeitura Municipal de Rio das Pedras, reuniram-se sob a presidência do Sr. Prefeito Municipal, Sr. Américo Gumercindo Marino, os seguintes plantadores de cana e produtores de açúcar batido: Marino & Irmãos, representados pelo Sr. Américo G. Marino, Jerônimo Ernesto Barrichello, representado pelo Sr. Luiz Augusto Barrichello, Pascoal Limongi, Jacinto Rubim, Luiz Barnabé, Basílio João, Maurício A. Palmeira, representando a Sociedade Agrícola Amaral Mello, Luiz M. Coury, representando a firma Jorge Coury & Irmãos, Jamil Maluf, representando a firma Humberto Octávio Marim, Júlio Antonio Bassa, Eugênio Beijato & Irmãos, José Rosinello & Irmãos, Frederico Antonio Bonassa, Primo José Covolam, Luiz Longato, Ângelo Pascon & Irmão, Pedro Sipriano, José Sipriano pelo espólio José Sipriano, José Luiz Covolam e Francisco Rocha representando Ernesto Marques.

O Sr. Prefeito Municipal declarando aberta a sessão, convidou a mim, Luiz Augusto Barrichello, para secretariar a reunião e a seguir expôs os motivos da mesma, que seriam os estudos para fundação de uma usina de açúcar, em forma de cooperativa, congregando assim todos os plantadores de cana do município e a fim de solucionar a situação deficitária que vem enfrentando, em produzir açúcar "bangüê", hoje sem a menor aceitação.

Passou a palavra, em seguida, ao Sr. Luiz Augusto Barrichello, secretário, que fez uma explicação geral sobre o assunto e sobre as probabilidades da perfeita execução do plano, diante das sugestões recentemente apresentadas por representantes do IAA, conforme artigos publicados no órgão oficial do Instituto "O Brasil Açucareiro" de julho/agosto p. passado.

Os presentes manifestaram-se plenamente favoráveis à idéia de formação da cooperativa e conseqüente construção de uma usina de açúcar em nosso município, que não possui nenhuma, apesar de ser um grande município plantador de cana. Foi em seguida posta em votação a escolha de uma comissão para iniciar as primeiras providências para conseguir os fins colimados, tendo sido nomeados os seguintes senhores: Basílio João, Luiz Barnabé e Luiz Augusto Barrichello.

Nada mais havendo a tratar, o Sr. Presidente considerou encerrada a sessão da qual lavrei a presente ata que vai assinada por mim, secretário, pelo Sr. Prefeito Municipal, presidente da reunião e pelos demais presentes.

Rio das Pedras, 28 de setembro de 1947
( seguem-se as assinaturas)


Memorial- requerimento de Jerônimo Ernesto Barrichello, datado de 24 de abril de 1951, dirigido ao Instituto do Açúcar e do Álcool

Exmo. Sr.
Dr. Bastos Tavares
Digníssimo presidente do Instituto do Açúcar e do Álcool
Rio de Janeiro

Jerônimo Ernesto Barrichello, abaixo assinado, maior, casado, lavrador, brasileiro por título declaratório, estabelecido com fábrica de açúcar batido, no Bairro Bom Jardim, município de Rio das Pedras, Estado de São Paulo, devidamente inscrito nesse colendo Instituto sob nº 21-198-380-2971, pede vênia para expor e requerer a V. Excia. o seguinte:

1) Tendo adquirido as quotas de produção pertencentes aos srs. ( 8 nomes e respectivos registros no IAA) respectivamente com 400 sacos cada, conforme documentação também encaminhada por intermédio da Delegacia Regional de São Paulo, respeitosamente requer a V.Excia. se digne determinar a fusão das quotas supra citadas à quota pertencente ao suplicante, inscrição nº 21-198-380-2971 nos termos do artigo 81 de Decreto-Lei 3.855-Estatuto da Lavoura Canavieira, visto que são todas fábricas da mesma categoria, situadas no mesmo município e pertencem agora ao mesmo proprietário.

2) Requer, outrossim, o suplicante, que, de acordo com o que preceitua mui sabiamente o artigo 171 do mesmo Estatuto da Lavoura Canavieira, seja-lhe concedida autorização para transformação de seu engenho em usina, visto que com as aquisições das quotas supra-citadas passou a possuir a quota global de 3.250 sacos, enquadrando-se portanto, no mínimo previsto no citado artigo 171. Assim, tem plena confiança em merecer o beneplácido de V. Excia. e dos dignos membros da Comissão Executiva desse IAA, pelas razões que passa a expor:

a) Aceita porque sempre defendeu o Regime de Fornecedores em abençoada hora decretado pelo insigne brasileiro, o Presidente Dr. Getúlio Vargas, fundador que foi dessa Nobre Autarquia. Defende o Regime de Fornecedores porque considera que a Indústria Açucareira deve ser irmã gêmea da Lavoura Canavieira,e jamais madrasta como acontecia quando as usinas antigas, que se iam transformando em autênticos latifúndios, salvos honrosas exceções, amontoavam grandes lucros, sem oferecer oportunidades a seus próprios colonos, ou lavradores visinhos, de participarem das vantagens que lhes eram proporcionadas. Isso até que o grande Presidente sancionou os decretos-leis 3.855 e 6.969, de acordo com os postulados desse Instituto, que sempre propugnou amparar o capital, mas protegendo ao mesmo tempo o trabalho. Foi por ser o suplicante entusiasta defensor do Regime de Fornecedores que promoveu diversas reuniões de banguezeiros para fundação, em Rio das Pedras, de uma usina em forma de cooperativa, conforme se poderá constatar pela cópia da ata anexa, lavrada em 28 de setembro de 1947 ( Documento nº1) e depois integrando, na pessoa de seu filho Sr. Luiz Augusto Barrichello, a comissão que foi ao Rio de Janeiro em 21 de outubro do mesmo ano ( Documento nº2) entregar ao então presidente Sr. Dr. Espiridião Lopes Faria Júnior, um memorial subscrito por 66 bunguezeiros e plantadores de cana do município, memorial que, infelizmente não pode ser atendido porque naquela ocasião, a quotas dos 66 subscritores não atingia os 1.000 sacos, pois a maior quota entre todas era de 300 sacos e as restantes de 10 a 50 sacos cada, como ocorria com o suplicante cuja quota era de 14 (quatorze) sacos, sendo que 2/3 dos signatários não possuía ainda inscrição de suas fábricas. Ainda sob a influência do insucesso verificado quanto à fundação da Usina-Cooperativa em 1947, que encheu de desânimo os lavradores do município, a Câmara Municipal da localidade, da qual faz parte como vereador, um filho do requerente, enviou no ano seguinte um memorial ao Congresso nacional, solicitando medidas de proteção a favor do Homem do Campo, dos trabalhadores propriamente ditos ( Documentos 3 e 4). Assim, desejando confirmar aqui o ponto de vista que sempre apoiou, pede permissão a V.Excia. para antecipar que distribuirá não apenas 50% dos aumentos que futuramente venham ser atribuídos à sua Usina, conforme Decreto-Lei 9827 e a recente Resolução 50/51, mas a totalidade desses aumentos, isto é, 100%. Assim procedendo apenas estará indo ao encontro dos anseios de todos quantos, seguindo as diretrizes redentoras do Chefe da Nação, desejam, isentos de extremismos absurdos, considerar o homem irmão do homem, tornando-os semelhantes, serem obrigá-los a serem iguais.

b) Prosseguindo, Sr. Presidente, deseja o suplicante esclarecer a V. Excia., que relativamente à parte final do artigo nº 171 do Decreto-Lei 3855 que diz: "...ressalvados os pedidos em andamento.", já requereu em 27 de julho de 1946 ( Documento nº5) , há cerca de 5 anos portanto, a retificação de sua quota de 14 sacos para 1.400 ( Processo nº21491/46) e permissão para instalar também em seu engenho e obteve solução conforme carta 727, de 20 de fevereiro de 1947, da D.R. de São Paulo ( Documento nº 6) que mandava "aguardar oportunidade de futuro reajustamento". Persiste, portanto, na atual contingência, o desejo do suplicante de instalar em seu engenho turbina,e, conseqüentemente, máquinas próprias de usina. E somente agora volta a tratar da matéria, porque antes não possuía a quota mínima estabelecida no artigo 171, e apenas conseguiu superar os 3.000 sacos após a aprovação da resolução 374/50, que, mui meritoriamente, abriu novos horizontes a centenas de modestos banguezeiros, facultando-lhes a transformação de suas quotas de 400 sacos em quotas de fornecimento às usinas existentes, nos termos do artigo 83, ou ainda, como o caso em foco, dada a localização distante, a incorporação conforme os artigos 81 e 171, para a fundação de novas usinas, que passarão a receber, em seguida, as canas dos demais banguezeiros e plantadores de cana, com reais benefícios para todos.

c) Relativamente ao artigo 15 do Decreto-Lei 1931, o suplicante leva ao conhecimento de V.Excia. que está providenciando a aquisição de máquinas próprias para usinas e cuja relação enviará oportunamente a esse colendo Instituto.

d) Para completar, finalmente, a documentação necessária à transformação de seu engenho em usina, o requerente junta, mais os seguintes papéis: I) Certidão de registro de Imóveis, transcrição nº 4026 referente ao lote de terras onde será instalado o seu engenho, lugar onde existe água em abundância e força motriz instalada; II) Um recibo sob nº 514.665 da Coletoria Estadual local, referente ao pagamento do Imposto Territorial Rural, de outra parte da propriedade do suplicante ( Documento nº 8); III) Um recibdo sob nº 80, da prefeitura Municpal de Rio das Pedras, relativo ao pagamento do imposto para funcionamento de sua fábrica de açúcar e aguardente ( Documento nº9).

Senhor Presidente, diante exposto, confiando na sábia e elevada orientação que V.Excia. vem imprimindo na chefia desse provecto Instituto, o suplicante pede e espera solução favorável ao presente requerimento, o que possibilitará a instalação de uma Usina, de proporção modesta, é verdade, mas construída por humildes banguezeiros, que procurará amparar, dentro do salutar Regime de Fornecedores, o maior número possível de pequenos lavradores de cana, deste denso a antiqüíssimo município canavieiro que é Rio das Pedras.
E.R.M.

a)Jerônimo Ernesto Barrichello


A carta que se segue representa a fase final da origem e das providências ( parte delas) levadas a efeito para a fundação da Usina Bom Jesus, carta que homologa a transferência do seu registro, concedido em nome do requerente ( papai ) para o nome da Sociedade Anônima, constituída para assumir o seu destino...

INSTITUTO DO AÇÚCAR E DO ÁLCOOL - Rio de Janeiro
Div/Com nº 2471 São Paulo, 23 de setembro de 1952

Ilmo. Sr.
Jerônimo Ernesto Barrichello
Rio das Pedras (SP)

Levamos ao conhecimento de V.S. que, de acordo com a Comissão Executiva no Processo 17.327/51, foi autorizada a instalação da Usina Bom Jesus de sua propriedade, registrada sob nº 21-198-380-0.094 com a quota de 9.075 sacos.
Outrossim, comunicamos que conforme o despacho do Sr. Presidente deste Instituto no processo nº SC. 9.581/52, foi averbada a transferência da Usina acima referida, de V.S. para Usina Bom Jesus S.A. Açúcar e Álcool.

Cordiais saudações,

Instituto do Açúcar e do Álcool - Delegacia Regional de São Paulo
a)Nilo de Arei Leão, Delegado Regional
a) José Gaspar da Silva, Contador Regional

USINA BOM JESUS S.A. AÇÚCAR E ÁLCOOL


( Foto do início da década de 60)