Agosto/Setembro de 1988

USP e IPEF

Nascido graças à inspiração e amparo do prof. H.A. Mello, então catedrático da USP, e tendo sua sede administrativa junto ao DCF (antiga Cadeira de Silvicultura), o IPEF tem sido confundido como um instituto pertencente à ESALQ. Para isso muito contribuiu seu berço, ao lado da dedicação e idealismo dos professores que acompanharam seus primeiros passos e o apoio e confiança dos diretores e profissionais das empresas fundadoras do Instituto. Entendendo os benefícios mútuos decorrentes da integração Universidade-Empresa, os pioneiros assumiram posições de van-guarda e arrojo, não respeitando a linha divisória constante do termo do convênio; "arregaçando as mangas", assumiram diferentes funções desde as mais destacadas como uma cátedra, até a mais humilde, cansativa e repetitiva de um simples enxertador.

Na época, a liderança científica e técnica pertencia à Universidade, pois o setor florestal/industrial dava os primeiros passos: a profissão do engenheiro florestal no Brasil ainda era nova e a ação multidisciplinar e as especializações eram "coisas do futuro". O futuro, porém, chegou. De alguns anos para cá a Ciência Florestal se expandiu de tal forma, a tecnologia foi compartilhada e assumida pela iniciativa privada, a consciência ecológica brotou tão intensa, o recurso natural assumiu uma visão global que as tais linhas divisórias tiveram que ser demarcadas com traços nítidos. Em escala macro, inseridos dentro de uma mesma realidade, os objetivos são comuns de parte da USP e do IPEF.

No dia a dia, cada qual com seus objetivos e sua missão: o objetivo da USP, a exemplo de toda e qualquer universidade, é a geração e a difusão do conhecimento. Para isso conta com suas armas clássicas: ensino, pesquisa e prestação de serviços à comunidade. O objetivo do IPEF é promover a interação das empresas associadas entre si e destas com a USP e outras entidades públicas e privadas. O que as une, além da crença nas vantagens do trabalho cooperativo, é um convênio que já dura vinte anos com frutos espalhados pelo Brasil e pelo mundo todo.

O ângulo de visão da USP, obviamente, abarca numa de suas visadas o IPEF, o que ele representa, e assim deve enxergá-lo. IPEF, como um dos organismos representantes das empresas junto à USP, deve vê-la como uma das alternativas de geração e difusão do conhecimento no vasto mundo científico brasileiro e mundial. Cada qual assumindo seu papel, sua identidade, seus limites com clareza e definições, contribui para mostrar o tamanho resultante de união de duas partes. Se confundida, a visão total nunca será a somatória das visões parciais. Inclusive corre o risco de uma esconder a outra. Ou, o que é pior, uma se esconder atrás da outra.
 
  

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