Junho 1987

O Ipef/Piracicaba e o Ipef/ Associadas

 Em nossa edição passada, o prof. Helladio do Amaral Mello, idealizador do Ipef, apresentou, como razão histórica da criação do Instituto, a necessidade (hoje indiscutível) da aproximação das empresas entre si e com a universidade. Ressaltou na entrevista concedida que "os resultados alcançados falam por si, uma vez que novas empresas passaram a PARTICIPAR (grifo nosso) do programa, ampliando-o a âmbito nacional".

Nestes dezenove anos, ambos os objetivos vêm sendo alcançados mercê dos esforços despendidos por todos os envolvidos no processo interativo. Com a evolução natural da ciência florestal, crescimento e modernização das empresas e novos reclamos e desafios para a universidade, seus rumos foram sendo redimensionados dentro da nova realidade sem perder de vista o objetivo maior da integração.

Ao lado de inúmeros "pontos fortes", re-conhecidos nacional e internacionalmente, um "ponto fraco" era sempre destacado: ausência de programa de trabalho a médio e longo prazo. Como resultante, sua força de trabalho e da própria universidade ficava diluída em problemas do dia a dia das empresas com imensas dificuldades em função da dispersão geográfica das mesmas. Com essa sistemática de ação, as pesquisas específicas das empresas não permitiam ou tornavam raros os trabalhos de natureza associativa. Não resta dúvida que a ação era importante, porém atendia parcialmente a razão de ser do Ipef, unindo a universidade a cada empresa de per si. 

Devido a alguns "desvios de rota" e consequência do exposto, curiosamente, o Instituto vinha sendo visualizado como um apêndice da universidade ou mais um instituto de pesquisa, prestador de serviços que deve ser consultado quando necessário e merecedor do contrato se as condições de preço e prazo forem satisfatórias ao interessado. Nada, mas falso se atentarmos para o artigo sexto de seu Estatuto Social, que destaca que, para atingir sua finalidade, o Ipef deverá, antes de mas nada, promover a integração do meio científico e empresarial, a realização de pesquisas e a formação de recursos humanos. 

O estabelecimento dos PROGRAMAS COOPERATIVOS NAS ÁREAS DE MELHORAMENTO FLORESTAL E IMPLANTAÇÃO E MANEJO visa exatamente corrigir essa falha e só terá sucesso se contar com engajamento efetivo das empresas associadas. Pela sua própria idealização e metodologia, os projetos que estão sendo desenvolvidos procuram aproveitar o potencial científico de outras universidades e institutos de pesquisas e o enfoque é nitidamente multidisciplinar. O Ipef deve ser olhado dentro de sua real dimensão: numa visão restrita como "PIRACICABA", ou se preferirem, numa visão abrangente como "ASSOCIADAS". Tudo uma questão de ponto de vista. Nada mais. 

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