Abril de 1987

 O Ipef na sua maturidade

 O IPEF, fundado em abril de 1968, congregou em 1986, 20 grupos empresariais ligados à atividade agroflorestal no país e é um dos principais elementos de integração no Brasil, entre a Universidade e o Setor Privado.

Na atualidade, o IPEF procura promover a integração e interação das próprias empresas através de reuniões, seminários e cursos oferecidos pela Universidade. Desta forma, procura racionalizar o desenvolvimento de pesquisas das empresas, evitando a dispersão de esforços. Além disso, apoiado na Universidade, tem condições de elaborar, acompanhar e analisar os resultados de projetos de pesquisas em conjunto com as Associadas.

Os programas de pesquisa de Implantação / Manejo e de Melhoramento Florestal, aprovados na Assembléia Geral Extraordinária em 19 de maio de 1986, introduziram nova sistemática operacional, na qual os vários projetos guardam interação entre si e permitem, pelo intercâmbio que venha a existir entre eles, ganhos de escala, otimizando a aplicação dos recursos financeiros.

Estrategicamente, o agrupamento das empresas permite maximização de benefícios dos programas, devido às suas características particulares e às reuniões com a comunidade técnico-científica, com a USP e o IPEF e com as empresas sobre assuntos específicos do programa, permitem atuá-los de forma multidisciplinar e congregar outras Universidades e Instituições. No programa de Melhoramento Florestal, desenvolveu-se prioritariamente o projeto de "Interação genótipo com clima e solo", pois o conhecimento mais detalhado do ambiente é essencial para definir estratégias de melhoramento mais eficientes e que permitam ganhos mais racionais de produtividade.

Dentre as principais linhas de pesquisa discutidas, destacam-se: eficiência nutricional de genótipos; tolerância ao déficit hídrico; melhoria de amostragem para densidade básica; operacionalização de programas em multipopulações. Para 1987, prevê-se execução do projeto de produção de híbridos com desnutrição, genótipos com técnicas de manejo e uso final. No programa de Implantação /Manejo, desenvolveu-se o subprograma sobre segunda rotação, pois o conhecimento das técnicas após o corte da floresta é necessário para aumento ou manutenção da produtividade.

Dentre as linhas de pesquisa, destacam-se: análise de exportação e lixiviação de nutrientes, para estudos de manutenção da capacidade suporte de sítios; interação entre espécie, espaçamento e produtividade em segunda rotação; maturidade fisiológica florestal e estudos de sistemas radiculares. Para 1987, prevê-se continuidade do projeto de segunda rotação e início do preparo do solo para reforma. Em agosto de 1986, criou-se a CTI — Central Técnica de Informações, visando implantar um centro de documentação florestal para dinamizar o processamento e a recuperação de informações bibliográficas, bem como divulgar atividades de ensino e pesquisa ligadas ao convênio USP-IPEF. Além da Biblioteca, e para atingir seus objetivos, elaborou-se programa cooperativo entre o IPEF, o DCF e o CIAGRI-Centro de Informática na Agricultura.

Este programa prevê o cadastramento de pesquisadores que participam do sistema USP-IPEF, sendo a informação bibliográfica de sua área de interesse recuperada automaticamente, e enviada para sua unidade de trabalho. A elaboração de bibliografias especializadas será agilizada por esse convênio. No período, criou-se o Jornal do Convênio USP-IPEF, periódico mensal, para noticiar as realizações do IPEF/DCF aos profissionais liga-dos ao setor.

A Estação Experimental de Ciências Florestais de USP, encontra-se sob administração do IPEF e supervisão do DCF/ESALQ. Atualmente, possui 18 espécies de Eucalyptus, 8 de Pinos, diversas outras exóticas e nativas em plantios experimentais. Destaca-se o apoio ao programa de conservação genética de espécies exóticas de interesse comercial. Em 1986, foram colhidos 600 kg de sementes de espécies de Eucalyptus, notadamente E. grandis e E. urophylla.

O Setor de Sementes do IPEF, criado em 1975, tem por finalidade coletar, beneficiar e comercializar sementes de espécies florestais. Em 1986, realizou 5 colheitas comerciais de convênio, totalizando 4.726 kg. de sementes de 13 espécies de Pinus e de Eucalyptus. Registrou-se aumento de 55% de vendas em relação a 1985. Visando incentivar pesquisas, o setor doou sementes de 25 espécies florestais para 20 instituições/empresas nacionais e internacionais.

O CCGMPT — Centro de Conservação Genética em Pinheiros Tropicais, convênio entre Aracruz Florestal, Freudenberg (CAFMA) e IPEF mantém pomar com 45.000 clones das 3 variedades de Pinus caribaea em cerca de 150 ha no Município de Aracruz — ES, e tem como objetivos produzir sementes melhoradas, estudar o comportamento dos clones nas diversas regiões e caracterizar fatores ambientais que possam influenciar na interação e na conservação genética de espécie. Para tanto, além do Centro propriamente dito, elaborou-se uma rede experimental a nível nacional em 12 empresas/instituições desde o Estado do Paraná até o Estado do Pará.

Durante o ano de 1986, o IPEF se responsabilizou técnica e/ou administrativamente por 38 convênios e trabalhos especiais envolvendo professores do Departamento de Ciências Florestais e outros da ESALQ. Além dos eventos realizados como parte dos programas cooperativos, patrocinou outros através do Grupo Permanente de Trabalho em Inventário e Planejamento Florestal e Grupo de Trabalho de Formigas Cortadeiras.

 

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